terça-feira, 20 de outubro de 2015

Compulsão por doces



Num dia desses, li uma matéria que dizia que a compulsão por doces é tão forte quanto ao vício em drogas. Pensei na minha situação, após ter lançado o desafio de ficar 54 dias sem colocar sequer um doce na boca. 
É óbvio que até agora (41 dias de desafio), eu devo ter fracassado uns 3 dias e um deles foi sábado passado em que meu marido se prontificou a fazer pizzas para uma despedida de um amigo que morará 3 anos na Suécia. 
Pizza doce é tudo de bom! Só um pedacinho não tem problema! E lá fui eu comer mais que um simples “pedacinho” de pizza doce. 

Já percebi que quando tentamos nos enganar com a desculpa do "eu mereço" para atacar mais uma fatia de bolo na sobremesa, isso tem uma explicação: vício em açúcar. Diversos estudos constataram que esta compulsão pode ser considerada tão séria e tão forte quanto o alcoolismo e o tabagismo. 

Todo mundo já experimentou a sensação de necessidade de ingerir açúcar em algum momento da vida. Afinal, doces têm a capacidade de nos fazer sentir mais felizes e estudos recentes provaram que os humanos são programados desde a mais tenra idade a desejar o sabor doce. E, uma vez que o corpo experimenta a recompensa açucarada, não leva muito para se viciar. O vício surge já no nascimento, pois o leite materno é extremamente doce, fazendo com que o recém-nascido comece a reconhecer o prazer de ingerir alimentos adocicados. 

A compulsão surge porque após ingerir uma guloseima, o cérebro libera substâncias químicas naturais (opioides) que dão sensação de imenso prazer. Ao reconhecer esta sensação boa, o cérebro começa a pedir mais e mais doces.
 
Quando ingerimos doces, o açúcar entra no sistema sanguíneo, elevando os níveis de glicose e estimulando o pâncreas a produzir e liberar um hormônio chamado insulina, que converte a glicose em energia e em estoques de gordura. Mas além de cáries e obesidade, os doces também são ligados a outras doenças sérias, como depressão do sistema imunológico, diabetes e alterações de humor. 


Há estudos que mostram que a compulsão açucarada produz no cérebro o mesmo efeito químico da heroína e da morfina, e o corpo "aprende" a pedir mais e mais açúcar para conseguir o efeito prazeroso que ele produz no organismo. 

Ao fracassar na minha meta percebi que eliminar o açúcar da dieta é quase impossível, mas há como reduzir sua ingestão ao evitar alimentos industrializados, em especial com farinha branca e refrigerantes. Beber mais água ajuda, pois o cérebro confunde desidratação com fome. Ingira mais proteínas, que garantem saciedade por mais tempo e ajudam a resistir à vontade de comer um docinho. Tente abrir mão da sobremesa por três semanas para readaptar o paladar e diminuir a compulsão. Garanto a vocês que o hábito de comer doces realmente é um vício drástico, tanto quanto o álcool e o cigarro.  

Mas uma coisa é certa. Não sinto mais aquela necessidade compulsiva em comer doces todos os dias. Antes suava frio ao resistir a um doce e parecia uma fumante com abstinência do cigarro (apesar de eu nunca ter fumado, já tive a oportunidade de conviver com fumantes tentando parar de fumar - é triste...). Ultimamente ao comer um doce, sinto que meu organismo o rejeita e chego até passar mal. E ao ter essa sensação, observo o quanto o açúcar é maléfico à saúde.



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